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Sua empresa conhece os benefícios de calcular antecipadamente o custo do produto vendido (CPV)? Recentemente, Eduardo Medeiros Milanez, Partner da UniSoma, elaborou um artigo a respeito do tema, mostrando não apenas o porquê de antecipar o CPV, mas apresentando uma metodologia diferenciada que a empresa desenvolveu para fazê-lo. A seguir você confere os principais insights do artigo.

Boa leitura!

 

*O que é CPV e como ele é calculado?

 

O CPV (Custo do Produto Vendido), como o próprio nome diz, é calculado para os produtos que foram efetivamente produzidos e vendidos pela organização em um horizonte recente – no último mês, tipicamente.

 

Por meio dele é possível apurar se a venda foi lucrativa e com que margem de contribuição cada produto foi vendido. Este controle periódico é fundamental para a garantia da saúde financeira da empresa.

 

O cálculo do CPV (Custo do Produto Vendido) envolve a soma de todos os custos na fabricação de um determinado produto. Há várias metodologias propostas para se calculá-lo, como por exemplo:

 

  • Custeio direto: considera-se apenas os custos diretos (ou variáveis) de produção;
  • Custeio por absorção: aqui os custos indiretos (ou fixos) são adicionados ao cômputo;
  • Custeio ABC – Custo Baseado na Atividade: ele aprimora o custeio por absorção na medida em que apropria, diferenciadamente para cada produto, os custos indiretos das diversas atividades (ou centros de trabalhos).

 

Por que é importante antecipar o CPV?

 

Trabalhar apenas com dados do passado na apuração do CPV não é mais a única alternativa para empresas – é necessário antecipar o CPV futuro. Isto porque um pequeno aumento do custo de aquisição de uma matéria-prima, por exemplo, que reduza a margem dos produtos dela derivados, pode provocar uma alteração nos mixes de produção e vendas, por conta dos “gargalos” produtivos e logísticos da cadeia.

 

Além disso, por considerar os custos variáveis e fixos que a empresa efetivamente teve, e não aqueles que ela terá, o CPV é sensível ao nível de produção/vendas ocorrido, o que pode provocar tomadas de decisão gerencialmente incorretas. Um exemplo desta situação é que se o nível de produção caiu no mês passado, o custeio ABC indicará um aumento no CPV a tal ponto que alguns produtos possam a vir ser erroneamente entendidos como produtos que dão prejuízo.

 

Assim, contar com a possibilidade de uma projeção futura consistente do CPV (neste caso, o custo do produto a vender) passou a ser uma atividade fundamental para a gestão das companhias. Isso porque, por meio dela é possível antecipar a rentabilidade do negócio, de uma linha de produtos ou mesmo de uma fábrica ou equipe de vendas em particular (na forma de seu DRE – Demonstrativo de Resultados).

 

Antecipar o CPV também é estratégico para indicar a necessidade de revisão dos planos integrados de operação (de curto prazo ou orçamentário) e das políticas de precificação no mercado em que uma organização produtiva se insere.

 

O cálculo do CPV pode também ser entendido como uma etapa posterior à elaboração do plano integrado necessária à geração do DRE (Demonstrativo de Resultados) otimizado da empresa, conforme ilustrado na figura abaixo.

 

 

Legenda: Relação Modelo Matemático, CPV e DRE

 

Dificuldades adicionais no cálculo do CPV em ambientes produtivos com coprodução

 

Ambientes produtivos com coprodução são aqueles em cujas etapas produtivas de fabricação de um produto acarreta na produção inexorável de outros produtos. É o caso, por exemplo, da indústria de produção animal que se baseia no desmonte de exemplares animais. Ou ainda no processamento de grãos: do esmagamento da soja resultam óleo e farelo, da moagem de canjica extrai-se fubá, a canjiquinha e o creme de milho, produtos de granulometria distintas. Caso semelhante acontece na indústria de laticínios, em que o leite cru é desmontado em leite desnatado e creme/gordura.

 

A coprodução acresce uma complexidade adicional no cálculo do CPV porque ela requer um rateio dos custos fixos e variáveis entre os coprodutos. Há diversos critérios possíveis para este rateio. Aquele baseado exclusivamente no nível de produção pode onerar alguns coprodutos com reduzida percepção de valor no mercado, induzindo a tomadas de decisão erradas em âmbito comercial e interpretações errôneas do plano otimizado (“o produto foi vendido com prejuízo?”). Um critério mais robusto leva em conta referências de mercado (como o preço, notadamente), desonerando o CPV dos produtos menos valorizados e, em contrapartida e para garantia do equilíbrio contábil, carregando o CPV daqueles mais apreciados.

 

Metodologia desenvolvida pela UniSoma para a projeção do CPV

 

A UniSoma desenvolveu uma metodologia para o cálculo do CPV dos produtos que serão vendidos no futuro dentro de uma cadeia de fornecimento com coprodução. Ela se baseia no plano integrado da cadeia (que inclui o plano de vendas) e na projeção de evolução dos custos das insumos e mão-de-obra.

 

Como como se obtém um plano integrado de operação da empresa? Existem duas formas de se fazer isto. Manualmente, com o auxílio de planilhas, ou, preferencialmente, utilizando ferramentas computacionais de planejamento integrado baseadas em modelos matemáticos. Estes modelos permitem o desenvolvimento de planos otimizados do ponto de vista econômico que, por exemplo, maximizem a contribuição/resultado do negócio. Outra vantagem do uso do modelo matemático é a garantia de que o plano será integralmente factível/viável em termos operacionais – ou seja, que vá respeitar todas as restrições relativas à cadeia, como as capacidades produtivas dos centros de trabalho, as capacidades logísticas (estocagem, recebimento e expedição) e o market share que a empresa detém.

 

A metodologia criada pela UniSoma permite o cálculo integrado e simultâneo dos CPVs de todos os produtos, na forma de um único sistema linear, de fácil resolução por algoritmos computacionais comercialmente e publicamente disponíveis baseados em técnicas de resolução tradicionais de álgebra linear.

 

Grosso modo, esta metodologia estabelece que o CPV de um produto no futuro pode ser calculado a partir dos custos que são agregados em sua produção, como:

 

  • Custo do produto previamente armazenado;
  • CPV das matérias-primas e intermediários que serão consumidos em sua produção;
  • CPV do produto que será eventualmente recebido de outros centros (para consolidação de cargas, por exemplo);
  • Custo fixo de produção no centro de trabalho em que é produto será gerado, conforme ilustrado na figura a seguir.

 

 

Legenda: Metodologia de Cálculo do CPV

 

* Por Eduardo Medeiros Milanez, Partner da UniSoma 

Com MBA em Finanças Empresarias pela FACAMP, Eduardo é Mestre em Engenharia Elétrica pela Unicamp e Engenheiro de Mecânica-Aeronáutica pelo ITA.

 

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